8 de Março data do nascimento de António José de Ávila Duque D'Ávila e Bolama
António José de Ávila nasceu na freguesia da Matriz a 8 de Março de 1807, na casa n° 11 da Rua de Santo Elias (actual Rua do Comendador Macedo), estando tal facto devidamente assinalado em lápide nesse imóvel. Era filho de Manuel José de Ávila, modesto negociante faialense e administrador dos dízimos, e de D. Prudenciana Joaquina Cândida da Costa. Depois dos primeiros estudos realizados no Faial, seguiu para Coimbra onde ingressou na respectiva Universidade em 1822, tendo recebido o grau de bacharel em Filosofia em 1826. António José de Ávila regressou então à Horta, foi professor e iniciou-se em cargos políticos em 1831, quando assumiu a presidência da Câmara Municipal.
Eleito deputado pela primeira vez em 1834, Ávila participou de forma activa e ininterrupta durante quarenta e sete anos na vida política portuguesa, "quer como parlamentar, quer como governante, quer ainda como membro da Câmara dos Pares, de que seria seu Presidente desde Outubro de 1872 até Maio de 1881".
António José de Ávila foi "foi um dos mais distintos parlamentares da história do constitucionalismo português"; participou em onze legislaturas, desempenhou funções em mais de trinta comissões parlamentares na Câmara dos Deputados e em cerca de quarenta comissões na Câmara dos Pares, produziu mais de duas mil e duzentas intervenções naquelas Câmaras, foi ministro em dez governos diferentes e sobraçou dezanove pastas ministeriais, nomeadamente as pastas da Fazenda, da Justiça, dos Negócios Estrangeiros, do Reino e das Obras Públicas e foi ainda Primeiro Ministro de Portugal por três vezes (1868, 1870 e 1877).
António José de Ávila exerceu ainda importantes funções diplomáticas (de que o mais brilhante exemplo foi a maneira como defendeu os direitos de Portugal à posse da ilha de Bolama), e de administrador da Companhia das Lezírias do Tejo e do Sado, da Companhia do Crédito Predial Português, do Banco Hipotecário e do Banco de Portugal, de Vogal e Presidente do Supremo Tribunal Administrativo, além de Vice-Presidente da Academia Real das Ciências.
Apesar da sua longa carreira política feita em Portugal continental, António José de Ávila nunca esqueceu a sua ilha de origem, e assumiu-se sempre como "verdadeiro procurador dos interesses açorianos junto do Governo do Reino", tendo sido ele que conseguiu que, por alvará de 4 de Julho de 1833, a vila da Horta fosse elevada à categoria de cidade, que em 1836 fosse concedida a independência administrativa das ilhas que formam o distrito da Horta e, nesse mesmo ano, conseguiu que a Igreja do Carmo fosse cedida à Ordem Terceira do Carmo. Tendo falecido em Lisboa a 3 de Maio de 1881,a acção pública de António José de Ávila ficou perpectuada na toponímia da nossa cidade (Largo Duque D' Ávila e Bolama, onde a Câmara Municipal fez erigir uma estátua sua, e Rua Ministro Ávila.